segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Cozinha também é cultura #6


Tem coisa mais legal do que pegar um livro que você acabou de comprar e ter a certeza que viverá momentos de prazer ao folheá-lo e não sossegar enquanto não acabar a sua leitura?
Pois foi o que aconteceu comigo quando comprei o Aprendiz de Cozinheiro (Bob Spitz, Zahar, 50 reais). Tudo começa quando o autor começa a dar jantares para os amigos. Seu talento vai se revelando aos poucos. Até que ele entra numa crise de meia-idade – agravada pelo fim do seu casamento e pelo vazio causado pelo fim do projeto “The Beatles” (superbiografia – o livro óbvio!)– e decide ter aulas de culinária na França e na Itália.

O autor escreve de uma maneira totalmente envolvente. A descrição de tudo é primorosa, e os detalhes te levam a se sentir no próprio lugar onde ele aprendeu a cozinhar. Neste caso, só faltou o livro exalar o cheiro das comidas. Começa aí uma narrativa confessional, com receitas, choques culturais e – claro – referências musicais que, no entanto, não ofuscam o prato principal: a gastronomia.

Leia Trecho
“Em uma viagem pelas melhores escolas de culinária da França e da Itália, Spitz teve aulas com grandes chefs e acompanhou o trabalho na cozinha de restaurantes estrelados. Aprendeu técnicas e receitas fantásticas que generosamente divide com o leitor. E muito mais do que isso: essa inusitada aventura mostrou-lhe como é possível superar a dor e a angústia, apontando um novo rumo para a sua vida.” 

E existem, claro, as receitas. Que, em sua maioria, usam ingredientes simples. Ele ensina até a fazer um suflê de batatas. Os pratos fazem parte do enredo. E também convidam o leitor a colocar a mão na massa.

Vale a pena!

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